COMÉDIA: TEORIAS DO ALÍVIO

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Comédia é coisa séria.

Não por acaso, a comédia (e as risadas provenientes dela) intrigam filósofos, psicólogos e cientistas, entre tantos outros estudiosos do assunto, há milênios. Se fazer comédia fosse coisa simples, o tema jamais teria sido tão estudado, concorda? Por isso, mesmo que você tenha nascido com o dom de fazer as pessoas se mijarem de rir, não seria bom também se soubesse identificar quais são esses misteriosos mecanismos que fazem do profissional da comédia alguém tão admirado? Para aqueles que, entretanto, penam para ser engraçados, a tarefa é ainda mais árdua, mas não impossível. Fazer comédia é uma habilidade que se aprende e exercita-se. E o tempo e o esforço podem torná-lo melhor nesse ofício se “não ser levado a sério”. Para aprender comédia e dominar as ferramentas do humor é necessário muito estudo: tanto prático quanto teórico.

Rir é o melhor remédio

E nesse aspecto, você preciso conhecer as teorias do riso classificadas como teorias do alívio. De certa forma, eu já as tangenciei aqui posto que Freud é um dos seus maiores expoentes. Entretanto, como eu mesmo observei, a teoria de Freud é bem mais abrangente; tão ampla que é capaz de abarcar sozinha as teorias da superioridade e da incongruência.

Freud, entretanto, não foi o primeiro a associar o riso à sensação de alívio após um momento de tensão psicológica (um jeito nada engraçado de se referir à comédia e ao humor). “Filósofos do século XVIII já haviam conceituado o riso como uma maneira de aliviar uma tensão psicológica acumulada”[1], como apontam os autores de The Psychology of Humor, Rod A. Martin e Thomas Ford. Embora Kant seja associado às teorias do alívio por conta da frase: “O riso é um afeto surgindo da súbita transformação de uma tensa expectativa em nada”[2]; o filósofo mais conhecido pela elaboração dessa teoria é o inglês Herbert Spencer (1820-1903).

Em seu ensaio On the Physiology of Laugther, Spencer propõe, em primeiro lugar, que emoções e sensações representam formas de “energia nervosa”, que estimula os nervos e consequentemente os movimentos do corpo. Segundo Spencer, expressamos nossas emoções fisicamente: “Torna-se manifesto tanto que as emoções e sensações tendem a gerar movimentos corporais quanto que os movimentos são veementes na proporção em que as emoções ou sensações são intensas”. [3]

Como escreve Daniel Martins de Barros em Rir É Preciso, segundo o pensamento de Spencer “nosso corpo está sempre se adequando às situações. Se está frio, começamos a tremer; se estamos com raiva, o coração acelera; se já perigo à vista, a musculatura se tensiona, e assim por diante”[4].

Em segundo lugar, o corpo precisa liberar essa energia nervosa acumulada para que as pessoas se envolvam reflexivamente em comportamentos motores começando pelos mais habituais (por exemplo, falar, sorrir). “Se ultrapassar determinado nível, a energia que se acumula no músculo devido a essa tensão levará à fuga ou à luta”. [5]

Se estes canais habituais não aliviarem suficientemente a energia nervosa reprimida, a pessoa envolve-se num número crescente de comportamentos (risos, gestos etc.) com a utilização de um número crescente de músculos até que a energia excedente seja suficientemente liberada. “Quando uma tensão é provocada por um estímulo e posteriormente se mostra inútil, se era um alarme falso, por exemplo, – a energia se dissipa na forma de risada”. [6]  Segundo Spencer, portanto, a ação respiratória e muscular do riso seria uma forma especializada do corpo liberar o excesso de energia nervosa. “O riso é causado por uma sensação agradável que se segue à cessação da tensão mental”[7], resume ele.

Freud partilha de opinião semelhante em seu livro Os chistes e sua relação com o inconsciente, de 1905. Segundo Freud, “o riso surge quando um montante de energia psíquica, usado antes para o investimento de certos caminhos psíquicos, se tornou inutilizável e, assim, pode ser livremente descarregado.”[8]

Mas para explicar a teoria de Freud é necessário compreender antes alguns de seus postulados sobre o inconsciente. É bom ter em mente que aqui me refiro sempre aos conceitos apresentados em 1905. Freud produziu até 1930 e alguns de seus conceitos evoluíram, em parte para responder às ideias de Carl Gustav Jung, com as quais Freud não concordava. Vou explicar da forma mais simples, algo que é bem complexo, então peço de antemão que os psicólogos me perdoem.

Como você já sabe, os pensamentos culturalmente não aceitos são reprimidos durante a nossa infância e acabam buscando refúgio em nosso inconsciente. Quando nascemos, nossa mente ainda não experimentou a repressão dos interditos culturais: o que podemos e o que não podemos fazer. Nesse estágio, nossa psique é o que Freud chamou de Id, a nossa criança internalizada. O Id representa nossos desejos primitivos, que ignoram as regras: tenho fome, tenho sede, sinto frio, sinto calor, eu quero, eu quero, eu, eu, eu. A medida em que a educação nos ensina que não podemos mijar nas calças, não podemos comer a qualquer hora, não podemos bater no amiguinho, não podemos xingar o amiguinho, não podemos roubar o brinquedo do amiguinho, não, não e não, a nossa psique vai internalizando essa voz repressora. Freud batizou essa parte da nossa psique de Superego.

“Atribuímos à cultura refinada e à elevada educação uma grande influência no desenvolvimento da repressão e supomos que, sob essas condições, se produz uma modificação da organização psíquica que também pode surgir como predisposição herdada, em consequência da qual aquilo que normalmente seria sentido como agradável aparece agora como desagradável e é rejeitado com todas as forças psíquicas”[9] .

O Superego e o Id estão em constante embate e o resultado desse conflito é a formação do Ego, nosso Eu consciente. Para Freud, o sonho é uma forma do inconsciente burlar a repressão do Superego e trazer para o nível consciente um desejo ou pensamento reprimido. Por isso o sonho manifesto parece tão incompreensível na maioria das vezes. Se sua mensagem fosse clara, o Superego a censuraria e ela continuaria apenas em nível inconsciente. Duas formas utilizadas pelo sonho manifesto para camuflar o conteúdo do sonho latente são a alusão e a condensação. Grosso modo, a alusão é uma representação indireta, é quando o sonho se utiliza de uma imagem para representar outra coisa. Condensação é quando uma imagem ou alguém em seu sonho representa ao mesmo tempo várias pessoas ou figuras. Freud identificou processos semelhantes nas piadas.

Eles nos dá o seguinte exemplo de alusão:

“Dois negociantes pouco escrupulosos conseguiram adquirir uma grande fortuna por meio de uma série de empreendimentos bastante arriscados e agora estão se esforçando em fazer parte da alta sociedade. Entre outras coisas, pareceu-lhes apropriado serem pintados pelo pintor mais hábil e caro da cidade, cujos quadros eram vistos como verdadeiros acontecimentos. Os quadros, caríssimos, foram exibidos pela primeira vez numa grande noite de gala, e os dois donos da casa conduziram eles próprios o mais influente conhecedor e crítico de arte à parede do salão em que os dois quadros estavam pendurados, um ao lado do outro, para que ele proferisse seu admirado julgamento. Ele observou os quadros por um longo tempo, balançou então a cabeça, como se faltasse algo, e apenas perguntou, apontando para o espaço vazio entre os quadros: ‘And where is the Saviour?’ (E onde está o Salvador? Ou: sinto falta de um quadro do Salvador).”[10]

Confesso que não entendi a piada quando a li da primeira vez. Trata-se de uma alusão muito sutil, mas a explicação é simples: identificando naqueles dois homens dois pilantras ou ladrões, o crítico de arte faz uma alusão a outra cena: Cristo pregado na cruz entre dois ladrões. Perguntar “Onde está o Salvador” foi uma maneira polida do crítico ofender os donos da casa.

Agora vejamos um dos exemplos usados por Freud para explicar a condensação: “o pobre agente de loteria Hirsch-Hyacinth, se gaba de ter sido tratado pelo grande barão de Rothschild como um semelhante, de modo inteiramente familionário”.[11] A condensação aqui é das palavras familiar e milionário e refere-se ao fato de Rothschild tratar o agente da loteria do modo mais familiar que um milionário conseguiria.

Para Freud, a piada realiza um processo similar ao sonho ao burlar a repressão do Superego para encontrar um caminho alternativo em busca do prazer que lhe foi negado. Ele escreve: “O trabalho de repressão da cultura faz com que se percam possibilidades primárias de prazer, agora repudiadas em nós pela censura. Para a psique humana, porém, toda renúncia é muito difícil, e por isso achamos que o chiste tendencioso fornece um meio de reverter a renúncia e readquirir o que se perdeu.”[12]

Freud, entretanto, procura distinguir o sonho do chiste: “O sonho serve sobretudo para nos poupar do desprazer, e o chiste, para adquirirmos prazer”. [13]

Tendo em vista esses conceitos freudianos, eu vou dar um exemplo bem chulo para explicar o enunciado anterior de Freud: “o riso surge quando um montante de energia psíquica, usado antes para o investimento de certos caminhos psíquicos, se tornou inutilizável e, assim, pode ser livremente descarregado.”[14]

Pense no esforço que todos nós fazemos diariamente para cumprir adequadamente os papéis sociais que representamos, sem ferir as normas de conduta da sociedade. Digamos que você esteja morrendo de vontade de peidar. Por mais fisiológica que seja essa necessidade, você evitará ao máximo cometer essa gafe dentro de um elevador lotado, ou em uma reunião diante do seu chefe, certo? Freud chama esse esforço de energia psíquica: o esforço para não peidar em público. Quando, entretanto, esse esforço se torna inútil, ele pode ser livremente descarregado na forma de flatulência e de risadas.

Explicando de outra forma: o Id quer prazer a qualquer custo, mas é contido pelo Superego, que tenta pregar um pouco de juízo no lado mais primitivo de nossa psique. Para Freud, a piada é uma forma do Id driblar a repressão do Superego e encontrar uma forma alternativa de alcançar sua fonte de prazer. Há uma piada de Emo Philips, que traduz esse conflito de forma magistral: “Pedi a Deus uma bicicleta, mas sei que Deus não funciona assim. Então eu roubei uma bicicleta e pedi perdão”. Deus (Superego) me diz que não é certo roubar. Da mesma forma, Deus é amor e por isso pode me dar seu perdão. A religião (Superego) me diz que eu não devo pedir a Deus coisas materiais. Sendo assim, se Deus não pode me dar a bicicleta, eu roubo a bicicleta, o que é errado. Mas, por outro lado, tudo bem porque, logo em seguida, Deus pode me conceder o seu perdão e a ordem das coisas está restabelecida.

Outro bom exemplo é a piada de Bill Maher: “Minha mãe é judia e meu pai é católico. Eu fui educado como católico – com uma mente de judeu. Quando eu vou me confessar, eu sempre levo meu advogado comigo: ‘Me abençoe, Padre, porque eu pequei e acho que já conhece meu advogado, Mr. Cohen”.[15]

Nesse momento, eu me distancio de alguns escritores que analisaram as teorias de Freud apenas pelo viés da repressão de nossa sexualidade ou agressividade. Freud deixa claro que o chiste funciona em 3 níveis: Ao desafiar a razão: se utiliza da incongruência ao propor jogos aparentemente absurdos ou sem sentido. Ao desafiar o juízo crítico (nossa habilidade de julgar e avaliar a realidade objetiva e de distinguir entre o que é verdadeiro e o que é falso; diferenciar o mundo real do mundo da fantasia e da ilusão): usa da incongruência agora misturando realidade e fantasia (igualmente como o fazem os sonhos). Ao desafiar a repressão (seja ela social e sexual) por meio do chiste tendencioso, diante de um obstáculo para atingir o prazer, o chiste subverte tal repressão encontrando outro caminho para atingir o prazer até então reprimido.

“A razão, o juízo crítico, a repressão: eis os poderes contra os quais ele [o chiste] luta em sequência; ele conserva firmemente as fontes originais de prazer verbal e, pela eliminação de inibições, abre-se a novas fontes de prazer a partir do estágio do gracejo. O prazer que produz, seja agora um prazer de jogo ou de eliminação, pode ser sempre deduzido da economia em gasto psíquico, caso esta concepção não contradiga a natureza do chiste e se mostre fecunda em outras direções.”[16]

Terry Eagleton resume dessa forma a teoria freudiana do alívio: “…o humor acontece, na maior parte dos casos, quando alguma breve perturbação de um mundo ordenado de significado afrouxa sua relação com o princípio da realidade. É como se, por um momento, o ego fosse capaz de abdicar de sua séria insistência na congruência, coerência, consistência, lógica, linearidade e significantes unívocos, deixasse de se esquivar de significados indesejados e associações inconscientes, permitindo-nos gozar de uma divertida diversidade de sentidos e fazendo com que liberemos a energia psíquica conservada por essa resistência ao princípio da realidade em um sorriso ou uma risada.” A explicação é bem mais bonita, mas aposto que você gostou mais do peido e do roubo da bicicleta.

Freud ainda faz uma distinção entre o chiste (a frase espirituosa ou piada), o cômico e o humor.

Para Freud o prazer cômico está sempre associado a uma comparação. Ele propõe que existe uma evidente relação entre o cômico com a criança. “Esse riso se aplicaria sempre, portanto, à comparação entre o Eu do adulto e o Eu como criança”.[17] Sendo assim, experimentaríamos o cômico sempre que determinada situação desperte em nós uma comparação entre quem somos hoje (nosso Eu adulto), e como agíamos na infância (nosso Eu criança). Freud está dizendo que rimos, por exemplo, da ação de alguém que lembra como nós mesmo agíamos quando éramos criança.

A comparação entre nosso comportamento adulto adequado e o comportamento infantil inadequado (para um adulto) provocariam o riso. Isso aconteceria em três níveis: a) a comparação entre o outro e o Eu; b) a comparação inteiramente circunscrita ao outro; c) e a comparação inteiramente circunscrita ao Eu.

Na primeira situação riríamos de alguém burro por nos lembrar uma criança preguiçosa. No segundo caso, a comicidade surgiria de situações embaraçosas, nas quais reencontramos o desamparo da criança. Bons exemplos seriam as trapalhadas clownescas de personagens como Inspetor Clouseau e Mr. Bean, assim como de humoristas tais quais Jerry Lewis, Jim Carrey e Renato Aragão. Por fim, no terceiro caso, riríamos ao perceber que não estamos nos comportando adequadamente como adultos.

Ainda segundo Freud “a liberação de afetos dolorosos é o obstáculo mais forte para o efeito cômico”. Como ele mesmo esclarece: “Assim que um movimento despropositado produz um dano, que uma burrice conduz a um desastre, que um desapontamento causa dor, cai por terra a possibilidade de um efeito cômico”. [18] Freud está dizendo é que situações embaraçosas nos fazem rir desde que suas consequências não sejam graves ou desastrosas — “ao menos para quem não consegue suportar esse desprazer, é atingido pessoalmente por ele ou precisa tomar parte nele”. Contudo, alguém que não esteja envolvido emocionalmente naquela situação, será, sim, capaz de rir dela (como o mundo riu da desgraça que se abateu no submarino com os bilionários, que afundou ao tentar se aproximar dos destroços do Titanic).

Para Freud o humor é justamente “um meio de adquirir prazer apesar dos afetos dolorosos que o dificultam”. Rimos diante das desgraças porque colocamos o humor no lugar delas, que Freud chama de “afetos dolorosos”. E ele prossegue: “A condição para ele [o humor] é dada quando acontece uma situação em que, por força de nossos hábitos, somos tentados a liberar um afeto doloroso, mas outras motivações agem então sobre nós, reprimindo esse afeto in statu nascendi”. Diante de uma situação muito dolorosa é preferível rir doque enfrentá-la. Freud dá como exemplo o chamado “humor de cadafalso”. Um bandido que está sendo levado para a forca numa segunda-feira exclama: “A semana está começando bem”. “Este é um chiste propriamente dito, pois a observação é inteiramente certeira; por outro lado, está absurdamente fora de lugar, já que para ele não haverá outros acontecimentos nessa semana”.[19] Freud dá também o exemplo do bandido que, a caminho da execução, pede um cachecol para colocar no pescoço e evitar um resfriado, um cuidado inteiramente desnecessário “em face do destino que esse pescoço tem pela frente”.

Freud define, então, o humor como a liberação reprimida de um afeto. O humor brotaria “de um gasto economizado”. Ele escreve que “sentimos o prazer humorístico quando é evitada uma emoção que, por força do hábito, esperávamos da situação”. [20] A explicação de Freud parece encontrar eco em Goerges Minois quando este escreve: “só o riso permite suportar o insuportável, disfarçando-o, zombando dele, brincando”[21].

O prazer no chiste seria, então, um gasto de inibição economizado; o do cômico, um gasto de representação (de investimento) economizado; e o do humor, um gasto emocional economizado.

Para o prazer do chiste seriam necessárias três pessoas: aquele que conta o chiste, uma segunda que é tomada como alvo da agressividade hostil ou sexual e uma terceira em que se cumpra a intenção de o chiste despertar o prazer. Segundo Freud, quem usufrui do efeito prazeroso do chiste não é aquele que conta a piada, e sim aquele ri dela, o ouvinte passivo.

Para o prazer do cômico, é preciso duas pessoas: uma que encontra o que é cômico e outra na qual o cômico é encontrado.

E, finalmente, o processo do humor não exigiria a participação de outra pessoa. Podemos experimentá-lo sozinhos. “Posso guardar para mim a fruição de um prazer humorístico em mim surgido, sem sentir-me compelido a partilhá-lo com alguém”[22].

[1] Martin, Rod A.; Ford, Thomas. The Psychology of Humor (p. 36).

[2] Kant, Emmanuel. Crítica do Julgamento. (p. 47)

[3] Spencer, Herbert. On the Physiology of Laugther (p. 584).

[4] Barros, Daniel Martins. Rir é preciso. (p. 55)

[5] IDEM. (p. 55)

[6] IDEM. (p. 55)

[7] Spencer, Herbert. On the Physiology of Laugther (p. 399).

[8] Sigmund Freud. Freud (1905) – Obras Completas volume 7

[9] Freud, Sigmund. Os chistes e sua relação com o inconsciente. (p. 100)

[10] IDEM. (p. 69)

[11] Freud, Sigmund. – Obras Completas volume 7. (p. 13)

[12] IDEM. (p. 100)

[13] IDEM. (p. 177)

[14] IDEM. (p. 145)

[15] Carter, Judy. Stand-up comedy – the book. (p. 66)

[16] Freud, Sigmund. – Obras Completas volume 7. (p. 135)

[17] IDEM. (p. 220)

[18] IDEM (p. 223)

[19] IDEM. (p. 224)

[20] IDEM. (p. 229)

[21] Minois, Georges. História do riso e do escárnio. (p. 633)

[22] IDEM. (p. 224)